segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Morremos Todos

Eu não errava um tiro. Era certeiro. Fatal. Os alvos pareciam se jogarem na frente dos projéteis. Eu estava implacável.

Meu revólver, um Schimidt Inglês, cano longo com cabo de madrepérola. Recarregava as balas em segundos e continuava minha defesa. Cada um que chegava apontando a arma eu derrubava. Tudo com um único tiro para cada tombo. Não gastava mais que uma munição por pessoa que caía.

Nada me abalava, não sentia medo. Tudo parecia acontecer em câmera lenta... Era um Herói.
Já tinha 13 anos, mas brincava naquele universo infantil de forma desprendida. Sentia-me oCowboy perfeito. Naquele momento, na minha cabeça de criança não era ficção, eu vivia de fato aquela cena. Uma criança não discerne as coisas.

Alguns policiais que estavam na pracinha, riam e riam de mim. Achavam graça do menininho franzino da roça estar brincando na cidade. Para eles um momento de descontração naquelas cenas ingênuas que assistiam. Eles chegaram até brincar comigo se fazendo com medo do pequeno cowboy embravecido.

Pra mim, um momento mágico...

O menino de Cleveland, Ohio nos USA, não teve a mesma sorte com os polícias que o abateram.

Na sua pureza infantil ele não discernia se a arma era de brinquedo, ele apenas vivia sua viagem momentânea.

Ele não seria capaz de discernir a fala dos matadores: “joga a arma no chão e mãos pra cima”.

Na cabecinha dele, naquele devaneio de herói, não conseguiu separar a ordem das coisas, ele apenas ergueu o magérrimo bracinho com o simulacro na mão, não conseguiu manter a sequência emitida pelo atirador, de jogar no chão e depois erguer os bracinhos. Por isso, o experiente, treinado, preparado e bem pago “policial” deu um único tiro, o da morte instantânea em uma criança negra de 12 anos.


O Homem almeja. A Polícia alveja.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Expedição Piyrhura Pfrimeri 3 - Periquito Guerreiro

Entre a Bahia e Nordeste Goiano está a Serra Geral do Paranã. São imensas e belas chapadas com um relevo que propicia uma formação de íncríveis paisagens. Esse mosaico fitofisionômico se torna um presente dos Deuses para nossos olhos e as lentes das câmeras. É nesta região que iniciamos a terceira Expedição Piyrhura Pfrimeri, o periquito guerreiro, uma ave que ocorre apenas nesse lugar, em nenhum outro do planeta. Foto de Havita Rigamonti durante as filmagens por Jussara de Souza. Apoio cultural www.ecorotas.com.br

Trinca ferro (Saltator similis), uma das aves filmada na Expedição. Em breve o vídeo estará editado - foto Ana Rosa Cavalcante.

Nas ruas de São Jorge, na Chapada dos Veadeiros/Goias, a fé religiosa ainda se mantêm. Essa manifestação folclórica comemorou o Dia de São Cristóvão e aconteceu durante as festividades do Encontro de Culturas Tradicionais. Da etnia de palco ao original. foto Jussara de Souza
No Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros, os indigenas Txukarramãe cantaram o hino nacional em seu dialeto. Eles foram uma das etnias a se apresentar no encontro. É estranho, mesmo para quem conhece pouco de história e antropologia, ver Índios de braceletes e roupas verdes e amarelas cantando esse hino. O que se sabe é que o hino foi feito por brancos vindos da Europa. Com um público absoluto de "dreads" e pessoas "alternativas" que somavam aproximadamente 250 viventes, o Festival leva o décimo ano de história. Imagina-se que com uma verba enorme da Petrobrás, poderia haver uma divulgação mais profissional e uma organização pelo menos razoável, o que não houve. Pode-se buscar no site Transparência, quanto os organizadores recebem para um encontro de tanta importancia.Se houve algo genuino, foram os Kalungas em sua linda apresentação. Esse povo tem no brilho dos olhos sua docilidade, originalidade, bondade e musicalidade. Sem se deixarem levar pelo ego do palco, os remanescentes de escravos mostraram a arte de ser eles mesmos. Do povoado de São Jorge na Cahapada dos Veadeiros, Jussara de Souza e Havita Rigamonti Cahoerira Santa Bárbara na comunidade Kalunga de Engenho no extremo norte do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros em Cavalcante.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Urupema a Cidade Mais Fria Do Brasil

Muito lindo esse vídeo da neve na cidade de Urupema, alto da Serra Catarinense. Urupema foi distrito de São Joaquim, hoje está emancipada e é independente. De fato, é a cidade mais fria do Brasil. Imagens de Claine Andrade. Clique a aprecie.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Visão

A fenomenal visão que o amigo Guilherme teve com sua fotográfica. Foto Guilherme Lopez

Alameda Outônica

Avenida "outônica" em Colonia, Uruguay. foto havita rigamoti

Colinia

A cidade de Colonia no Uruguay, é puro charme. foto havita rigamonti

terça-feira, 22 de junho de 2010

Objetos São Testemunhas Do Tempo

Um Feng Shui nesta loja em San Tellmo, poderia causar um destempero no mundo. Foto havita rigamonti

Casa Mais do Que Rosada

A TV Argentina não passa jogo do Brasil na Copa. Foi preciso buscar um canal internacional, porém, a narração era em espanhol. foto havita rigamonti

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Copa

"los Heramnos em la cuepa del mondo" foto havita

sábado, 19 de junho de 2010

Emaranhado

Viajar é um emaranhado de apredizagem. foto havita rigamonti

Romantismo

foto - rigamonti
A frota de veículos uruguaios é muito antiga o que proporciona cenas bastante românticas.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Copa do Mundo em Terra Porteña

Em plena Copa do Mundo a decoracao nas ruas de Buanos Aires nao poderia ser outra. Um pouco palida, mas flamejante - foto havita

Voo Livre

Tu que voas passarinho, alivia minha dor! Liberdade e suavidade foi o sentimento durante os mais de mil km nas excelentes e belíssimas estradas uruguayas - foto havita rigamonti

Céu de Punta del LesteUruguay

Outono uruguayo. Espaço para as linhas desnudas em busca do Céu - foto havita rigamonti

Na Estrada

Viajar a noite proporciona belas cenas fotográficas. foto do Guilherme Lopez

O Melhor De Tudo

foto Aloísio Gomes

Acelerar um carro pela pista do autódromo e não ouvir o motor é no mínimo estranho. Para quem está acostumado com a combustão dos motores, é inusitado dirigir um veículo e não escutar ruído algum. Outra característica favorável destes veículos é a emissão zero de poluentes. Esse é um sonho coerente com as questões ambientais sem abrir mão da tecnologia.

A Michelin Chalenge Bibendum apresentou uma variedade de marcas e modelos revolucionários movidos a energia elétrica, de vários paises. Porém, a meu ver, a verdadeira revolução é uma Kombi reaproveitada de ferro-velho. O autor dessa façanha é o professor Luiz Artur Pecorelli Peres, da UERJ, que reciclou o veículo e o converteu para elétrico. A Kombi é um show. Anda silenciosamente, tem espaço amplo, é um laboratório móvel, e o melhor de tudo: não é mais um veículo nas ruas.

As energias alternativas apresentadas, sem exceção, colocaram carros novos nas ruas aumentando a já imensa frota do Brasil, em contrapartida o projeto do professor Pecorelli reaproveita os carros em uso e os que estão sucateados!

Quem poderia aplicar essa fantástica idéia são os governos municipais, estaduais e federais que além de reciclar os veículos já existentes, seria também um fôlego para o dinheiro “público”.

Este é um projeto educativo entre CEFET-RJ e UERJ, sob a orientação de professores destas instituições.

Trata-se de uma experiência educacional e pedagógica pioneira que permitiu que alunos da faculdade de engenharia convivessem e trabalhassem com alunos de curso técnico da área.

Dentre os objetivos deste projeto um deles é o de transformar a Kombi em laboratório para teste de baterias, motores, controladores e sistemas de supervisão e comunicação.

A conversão de veículos de combustão interna está entre as muitas vertentes de possibilidades da tecnologia veicular elétrica. Uma das razões da atratividade por este empreendimento é o custo, em geral, mais econômico. E o principal: poupar o tão violentado Ar que nos é, literalmente vital.

Lembremos que entram por ano nas ruas do Brasil, aproximadamente 5 milhões de novos carros. Para onde andará tantos automotores?

Alinhar à direitaDo Rio de Janeiro, Havita Rigamonti

Combustível do Futuro?

foto Aloísio Gomes

“O combustível do futuro são vários”, disse um dos expositores da Challenge Bibendum. Porém, o carro elétrico é a grande promessa da maioria das marcas nas ruas do mundo. Foram apresentados motores a hidrogênio, biomassa, elétricos e híbridos (fóssil/elétrico) além do biodiesel e um interessante trator que funciona com óleo de girassol in natura.

O Petróleo realmente está condenado?

O evento trazido para o Brasil, pela Michelin, e realizado pela primeira vez na América do Sul, reuniu empresários, técnicos e jornalistas de vários paises para discutir a relação entre o meio ambiente e transportes. A discussão girou em torno de reflexões a respeito de como amenizar o transporte chamado sustentável.

Se o futuro da matriz energética ainda não condenou o petróleo, pelo menos foi muito criticado no Challenge Bibendum. “A nocividade dos poluentes atuais, não pode ter uma vida duradoura”, disse um dos palestrantes, apesar de ter sido contestado pelos participantes.

Que o planeta nunca mais terá uma única matriz energética, parece ter sido o único consenso entre os participantes do Challenge.

No entanto, não consigo entender como a maioria dos “especialistas” insiste em afirmar que o etanol é um combustível ecologicamente correto: onde está a ecologia na destruição dos ambientes naturais para plantio da cana-de-açúcar? E como ficam os outros seres vivos que dependem (e tem direito) do mesmo planeta, tanto quanto nós? Onde está a ecologia na esterilização do solo com a monocultura? E os lençóis freáticos não fazem parte da casa Terra? Será que um dia haverá especialistas em respeito ao Ambiente Natural e que não haja apenas lucro econômico em detrimento de outros viventes? Será que qualidade de vida é só desenvolvimento financeiro?

Havita Rigamonti, do Rio de Janeiro